domingo, 20 de março de 2011
Do mar, distâncias e braçadas
e eis que estendo o braço
e eis cada braçada
e eis nenhuma fadiga,
dali da baia ninguém se afligia,
de todos os santos, de todos os homens, de todos os mortos
afligia ninguém o mar e seus afogados
e eis a distância
e eis nenhuma chegada
e eis que estendo o braço
e eis cada braçada
do meio dia meia vida melodia (de meus músculos)
em face d'água agitada
e eis que estendo o braço
o menos cansado
e eis a distância que trazia
consigo, debaixo,
fragatas paradas lembram algum homem
e sua medida desde a baía
de todos os santos, todos os homens, todos os mortos,
e eis o mar que ninguém avistava,
que ali na baía violentava a sua ressaca
os afogados, os vi por si,
que dali da baía ninguém,
de boca aberta,
ninguém, ninguém, meu deus, ninguém respirava.
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