Se o bar fechar,
que lá fora
esteja pianissima a chuva
e em cada poça
eu veja a voz espelhada
do que não sei cantar.
Trago o último refrão
da canção que a memória me faz
engasgar.
Se o bar fechar,
que lá fora
encharque-me o etílico orvalho
que, falso deus,
não pude a vodka transformar
e esse cheiro forte
e esse cheiro forte
mais forte me faça
mais forte me faça
se o bar fechar.
Ela, de amarelo,
na quarta cadeira, vaidosa,
empoada com tanto pó
que todos os seus anos, sim, tirariam-na
para dançar,
desbota, não sustenta a cor
ao madrugar
e sempre lhe pergunto
à porta do último bar
lá fora -
LÁ FORA,
fora,
o que há de morar?
Ela simplesmente (fora
o que já se fora,
um blusão fora de moda e
amanhã
amanhã
amanhã...
a manhã parece leve
embora eles saibam que é bom não se confiar)
pendura a conta - mais uma a saldar.
Deu leve tristeza depois de ter escrito e ao som da canção... mas, enfim, leve.
ResponderExcluirAmigo, vc a cada dia me surpreende com tamanha poesia imagética. A gente lê e entra nela de uma forma espetacular. Quero sempre poder te ler e te sentir. Ameiiiii...Abreijos!!!
ResponderExcluirDeus meu!!!!
ResponderExcluirQue poema. que crise criativa foi essa:^Um dos melhores, mas não desmereço os outros. Imagino o cen[ario. Ele. Ou ela. A observação. A cor. O Amarelo desbotado. Você se superou. Muito bom! Sinceridade
Depois de tantas passadas, mais uma vez é comprovada: a fossa é criativa!!!!!
ResponderExcluirlindo,amei!