terça-feira, 10 de julho de 2012

Água-nova


Jan Saudek
I

Unge a testa 
com a água-nova da lágrima que chorasse 
sem alegria nem dor na visita à vida.


II

Tuas verdades?
Não evitas: brinca de cabra-cega.

Ao que esbarrar, desdenha o mistério e grita: salve-todos! 


III

Evitas tanto tuas verdades...

Se veste humildemente com a camisa que lhe cabe
enquanto, por ventura, tentas vencer-se, se debate,
a desembaraçar-se ainda mais na nudez ...

... a nudez que pudeste. Longe, distante
ainda da nudez que te excede.

Jack Borandá

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