segunda-feira, 2 de julho de 2012

Na areia do além mar

 Jack Borandá e Edilma Maria


Não me conheces verdadeiramente, mas estou em tuas preces solares/invernia à beira mar. Não me conheces, mas me enfeitas com flores nativas como se eu fosse teu encanto por iemanjá. Não me conheces, mas eu teu ser sou o teu mundo desconhecido e evoluído que espraias em ondas cinzas de inverno.

O sentimento de liberdade que está em mim te alcança e eu entro em teu caminho como se fosse um segredo de nós dois e te envolvo como envolve o sal à carne e te salgo de desejo salobro; de fé e medo; de esperança e desejo. Então pairo em teu ser e adentro teus caminhos como se estivéssemos em uma pista de dança na areia do além mar e te convido, com o corpo suado de desejo, a dançar um tango nas tranças cálidas das águas turvas e descubro em ti o segredo do ardor em cada ferida encoberta pelas areias brancas do arrastão da preamar e sinto em minha'lma o repuxo que te puxa ao fundo do mar aberto e, pasmo, ajo como um refluxo em tua vida e te encanto como se fosse eu a tua glória à Iemanjá e me calo.

Olha, não me conheces, mas habito em tuas preces e em teu corpo frágil e suado de espuma branca que se espraia para além do mar aberto que teus pés alcançam.

A co-autora Edilma Maria mantém o blog http://ogatoporlebre.blogspot.com.br onde publica cativamente diversos textos de sua autoria. Confiram!

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